- Aguardava com alguma expectativa o debate de hoje entre José Sócrates e Manuela Ferreira Leite uma vez que este ia ser o único momento em que ambos se confrontariam em televisão.
Não sei qual foi a sensação com que ficaram mas a mim soube-me a pouco:
As áreas temáticas exploradas para contrapor os oponentes não foram devidamente conclusiva, mas isso também já era previsível.
Excepção para Manuela Ferreira Leite no que se refere às áreas da saúde e educação com a entrega eventual de alguns serviços a privados e a segurança social onde irá fazer as correcções necessárias a tornar o sistema mais justo.
Naturalmente que esta tomada de posição de MFL me agrada – e presumo que a todos vós – sobretudo no que respeita à questão da segurança social já que este foi o aspecto que retive com maior perplexidade de tudo aquilo que foi dito (isto da reforma de José Sócrates se traduzir daqui a 10/12 anos numa redução sobre os actuais valores brutos em cerca de 40% !! foi algo que me deixou aterrorizada !
Meus amigos todos nós que trabalhamos e fazemos as nossas entregas devemos repudiar aqueles que introduzem alterações nas regras do jogo quando já estamos a meio do mesmo ou, pior, quando já nada podemos fazer para alterar esse destino. Isso é abominável e de honesto tem muito pouco. - Ficaram muitas perguntas por responder e isso também era de esperar.
Obviamente que não podíamos crer que Sócrates, o intocável, esclarecesse o que quer que fosse. Afinal este foi o seu único propósito durante toda a legislatura: conseguir passar 4 anos sem ser perturbado porque quando o era faz questão de gritar e espernear.
Condeno o estilo autoritário e arrogante.
Este noite ele podia, ao menos, ter sido – por uma única noite – um cavalheiro já que o debate era com uma senhora, mas não. Ele apenas defende as mulheres das quotas das suas listas, signifique isto o que significar... Embora seja duvidoso que signifique alguma coisa. - Ficaram ainda mais perguntas por fazer: aliás sobre o futuro pouco se falou, especialmente aquele que nos tem governado nos últimos anos.
Também aí Sócrates não pode falar do que não sabe, do que não fez, do que não concretizou.
Sócrates é a pessoa e a inutilidade de mãos dadas.
Espero que a campanha seja esclarecedora e que no próximo dia 27 a escolha de todos nós recaia sobre uma real alternativa ao partido socialista.
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2 comentários:
É extraordinário que, durante três anos, tenha durado o mito de que este era um governo reformador (e acrescento que "ser reformador" não é um mérito, em si, porque há reformas que não prestam!). Quem dissesse o contrário sofria a imediata condenação geral, a qual vinha mesmo dos que se opunham ao PS. Era como se fosse sacrílego não reconhecer os evidentes méritos deste governo. Pessoalmente, nunca lhe encontrei nada de bom. Ou, melhor, reconheço que não era mau, quando... nada fazia. No meio de tanto disparate, tê-los quietos era quase uma benesse. Finalmente, começou toda a gente a dizer mal do governo. Mas,francamente, chego a duvidar da bondade de tais críticas, porque, se, em momento anterior, a asneira era ignorada e as sondagens garantiam maioria absoluta a Sócrates, só posso concluir que a actual contestação é balofa e inconsistente. Por outras palavras, malha-se no Sócrates porque é moda, como antes se apoiava o dito cujo por ser moda. Sentido crítico e opinião própria...?!? Isso é pedir demais a uma "opinião pública" manipulada por centrais de informação e grupos de comunicação.
Parabéns pelo teu post. Um pouco de lucidez vai sabendo bem, para arejar...
Tento manter a lucidez mas confesso que nem sempre é fácil já que os jogos e malabarismos escondem as realidades que ninguém quer mostrar...
E de tantas vezes o referirem nas diversas intervenções (tipo mensagens de auto-convencimento)o Governo até acredita que fez aquilo que não fez...
Gostava de saber o que é que eles fizeram nos últimos 4 anos... é que por acaso só me lembro do túnel do marquês :)
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