Hoje estou furibunda.
A nossa sociedade está de facto muito desumanizada e nas grandes metrópoles como Lisboa, isso acontece de modo explícito e pelo que parece – e se nada fizermos – é com o consentimento de todos nós.
Eu hoje queria muito estar hoje um bocadinho mais com a minha filha – e não fazer os loucos horários de trabalho das 9H às 20H – porque hoje, era um dia especial, ela fazia oito meses!!
Só que, infelizmente, a nossa sociedade é cruel.
Por um lado são as mulheres que, apesar de serem também mulheres, não dão qualquer apoio a este tipo de iniciativa que eu hoje, uma vez mais, tive!! Parece que nas suas casas não têm famílias? Bom lá terem família têm a única diferença é que existe alguém que faz o trabalho que elas não fazem. Educar! Sim, porque esta árdua tarefa desgasta mais que qualquer dia árduo no gabinete.
Por outro lado são os homens que, muitos deles por serem já pais de adolescentes ou mesmos avós, parecem distanciados temporalmente o suficiente para se terem esquecido que, com qualquer comum mortal, também tiveram deveres, desde levar ou buscar os filhos, a dar banho ou alimentar, isto para referir apenas algumas das tarefas diárias de que tem filhos.
Mas, para mim existe algo mais importante que tudo isso: é que eu quero partilhar a minha vida e os momentos especiais com a minha filha.
Quero sobretudo que ela se lembre que os pais estiveram sempre. Nunca delegaram.
Eu não optei por ter filhos aos trintas para depois outros se me substituírem naquelas que são as minhas funções. E não abdico disso. Quero ser eu a Educar a minha filha
E o que há de errado com isso?
Afinal eu hoje só queria BRINCAR COM A MINHA FILHA!!
Será assim tão complicado as mentes iluminadas perceberem isto?
Afinal o que se passa com a instituição Família...estará em decadência?
Ou será que vou ter de concordar com a S. que a propósito de filhos me dizia: “na escola do Guilherme as famílias ‘anormais’ começam a ser a minha que, como a tua, é constituída por um laço formal, não somos toxicodependentes, nem temos problemas de alcoolismo, ainda vamos tendo casa e emprego. Isto parece hoje constituir a excepção!”
Afinal alimentam-se estes monstros sociais e depois acabamos vítimas deles.
Espero que daqui a um mês venha a escrever um texto substancialmente mais positivo!
Quem sabe?