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27 de julho de 2008

A inutilidade da espera

Nada é mais inútil que passar horas à espera que algo aconteça. As situações são as mais variadas: ou que me venham buscar, ou que me entreguem o livro encomendado on line, ou que estreie o filme xpto, ou que me passe a dor de cabeça.

Lembro-me quando era miúda que qualquer programa, por mais simples que fosse, me causava uma enorme ansiedade, especialmente na véspera. Dai resultava uma grande e longa noite sem pregar olho.

Obviamente que hoje, passados alguns anos acabei por criar mecanismos de defesa e perante situações destas já não fico ansiosa nem deixo de dormir.

No entanto, fico pior e isso é de facto estranho. Porque agora, sempre que tenho de esperar por alguma coisa, penso sobretudo naquilo que estou a perder a título pessoal. Confuso? Eu explico. Sinto que perco tempo – daquele que está em cotagem decrescente desde que nasci um dia e cujo terminus ninguém conhece – e nessa medida começo a ponderar muito seriamente se vale a pena esperar.
Sempre que espero – e já o ditado dizia que “quem espera desespera” – de forma inútil dá-se um desinvestimento, seja na relação a dois, na família, nos amigos, ou simplesmente em mim.
Gostava de poder organizar o tempo de acordo com tudo o que desejava fazer.
Como isso não é possível, resta-me dizer à S.: desculpa não ter aparecido!
Prometo que vou cuidar melhor do meu tempo.
Bjs

26 de julho de 2008

Os médicos e os diagnósticos, quem os entende?

Tudo corria como normalmente até que chegou a hora da minha uma consulta médica.

Na verdade esta era já a segunda investida nesta especialidade - ambas em entidades privadas devido à urgência mas também porque o sistema nacional de saúde é incapaz de corresponder às necessidades de todos aqueles que, como eu fazem descontos mas, quando precisam, não obtêm resposta - já que o diagnóstico da primeira consulta me provocou uma profunda decepção naqueles que deviam ser os “Dr. House” cá do nosso cantinho à beira mar plantado.

Ora nós recorremos aos Senhores Especialistas da área da saúde porque somos perfeitos ignorantes e esperamos, ou na verdade queremos mesmo com muita convicção, que nos digam alguma coisa: eventualmente um diagnóstico, uma causa e uma solução.
Penso, inclusive, salvo melhor opinião, que esta é a ordem lógica da coisa.

No entanto, estamos sempre em tempo de ser surpreendidos. E foi exactamente isso que me aconteceu.
Imaginem, depois de apresentar o problema que me levava aquela consulta oiço o Especialista dizer-me que o melhor é não fazer nada (?!) Como é isso? Eu vou a uma consulta porque tenho um problema e o médico faz-me crer que o melhor é não fazer nada. Ainda que isso não fosse realmente o melhor para mim. A que título e com que direito?
Como é possível que um médico, supostamente digno de uma determinada conduta esqueça o código deontológico e aquelas que são as suas obrigações?
Paguei a consulta e sai jurando nunca mais lá voltar.

Insatisfeita, resolvi partir para a segunda consulta e resta-me o consolo de saber que não sou louca, que tinha razão em procurar um especialista e que afinal o melhor “era fazer alguma coisa!!”.
A esse especialista agradeço por ser profissional. Obrigada.
Precisávamos que servisse de modelo aos colegas que colocam em descrédito a competência da classe, de uma maneira geral.

Até,

25 de julho de 2008

Gosto de escrever e partilhar

Quando me dizem que escrevo textos extensos juro que não percebo a observação.

Faço um esforço por compreender a profundidade de tal afirmação mas a verdade é que para quem gosta de escrever, ‘escrever’ nunca é demais. Aliás até pode é ser de menos!
Esta é pelo menos a minha sensação, infelizmente, mais vezes do que desejava.

Sempre que me predisponho a escrever mas por algum motivo não o faço, fico decepcionada comigo. Este é o meu espaço de divagação para extravasar depois de um dia cheio de pressões, solicitações, obrigações e mais uma série de coisas chatas acabada em ‘ões’.

Eu gosto de partilhar coisas, sensações, experiências, opiniões – sejam elas boas ou más, isso pouco importa –, pelo que isso em si mesmo significa.
Porque para mim esta é uma forma de estar na vida e de encarar os problemas e as circunstâncias do quotidiano, é um escape que me faz muito bem e me renova diariamente.

É isto que me dá força e faz crer que vale a pena partilhar com Todos, mas em especial com os amigos, seja neste espaço seja noutro lugar qualquer, tudo o que me vai na alma.
E se isso for expresso num texto extenso que culpa posso ter, se gosto de escrever!

E quem não gosta de sorrir?

Até amanhã

23 de julho de 2008

África, os aromas que nunca se perdem

A melancolia pode até ser um estado de espírito negativo mas a verdade é que hoje acordei assim, e acreditem, que de macambúzia não tinha nada!!

São sensações de outros momentos que são revividos e revisitados com muita saudade...
Na verdade, há coisas inexplicáveis, pois como se pode explicar que passados tantos anos de ter estado em África continue a sentir aqueles aromas de Moçambique? Aquele cheiro a terra, forte e húmido, que me invade e entranha e por isso me traz recordações excelentes de todos os bons momentos passados.

A vida ali parou e eu só tive tirar proveito. Não há stress, horários alargados, comportamentos anti-sociais, etc ,etc, e assim sendo o que ficou foi algo de muito bom.
Ainda que muitos amigos me perguntem qual o interesse daquela deslocação, a verdade é que por mais explicações que possa dar, existe algo que nunca será perceptível a quem nunca foi a África: aquele cheiro e aromas ficam memorizados e são indescritíveis.

Não sei se esta melancolia é ou não uma característica dos latinos, ou melhor, se ela é uma característica em especial das mulheres? Mas o que importa é que ninguém, melhor que as mulheres, tem capacidade de conseguir pensar e repensar em coisas que muitos já esqueceram ou sequer um dia haviam registado.

Agora, àqueles que, livres como os pássaros, vivem a vida desprendidos de qualquer sentimento apenas digo: tenham um momento de melancolia ela é saudável e faz bem à alma.


Enfim, hoje acordei assim.

11 de julho de 2008

O Estado da Nação

Hoje parecia ser um dia importante: na Assembleia da Republica ia discutir-se o Estado da Nação.

Ora, tanta expectativa fazia crer que, mais do que falar-se dos problemas dos país - que esses, e pelas piores razões, todos vamos sabendo quais são – se iria debater as grandes directrizes a seguir. Mas não.

Havia que centrar as atenções no novo líder parlamentar. E, se a nova líder social-democrata, Manuel Ferreira Leite, tinha já tocado na ferida quando contestou a natureza e importância dos investimentos públicos anunciados pelo Governo para os próximos anos, a verdade é que não se percebe porque razão é que o Governo se sente na obrigação de indemnizar a zona oeste pelo facto da localização do novo aeroporto não ser essa?!

Sócrates insiste na modernização das infra estruturas e nas obras públicas - que obviamente não questiono a importância mas apenas o momento – como seja a construção de barragens, novo aeroporto, TGV e auto-estradas, etc. Agora o que importa perguntar é qual é o preço a pagar pelas gerações vindouras desta modernização?

É verdade que estamos hoje pior, e não é apenas por estarmos diante uma grave crise financeira internacional e a uma alta dos bens alimentares nos mercados internacionais é porque de um modo geral todos perdemos nos últimos três anos: e disso é prova o aumento desmesurado das famílias endividadas.

Perante isto, e porque Portugal é hoje o país com o pior nível de vida da UE, Sócrates sentiu-se na obrigação de dar uma volta ao cenário – ou pelo menos de lhe mudar a roupagem – tendo apresentado um conjunto de medidas para atenuar os efeitos da crise internacional, por sinal, bastante discutível.

Sócrates, orgulhoso e provavelmente, como diz o ditado, também daqui a algum tempo só, defende as medidas adoptadas nos últimos 3 anos pelo seu Governo e, se é verdade que conseguiu atingir o défice mais baixo, a verdade é que os parabéns devem ser dados a todos aqueles que – como eu – foram vítimas da perseguição fiscal e hoje estão mais pobres.

Ora, será mera miopia ou o Rei vai mesmo nu?

10 de julho de 2008

A desumanização social nas grandes metrópoles

Hoje estou furibunda.

A nossa sociedade está de facto muito desumanizada e nas grandes metrópoles como Lisboa, isso acontece de modo explícito e pelo que parece – e se nada fizermos – é com o consentimento de todos nós.

Eu hoje queria muito estar hoje um bocadinho mais com a minha filha – e não fazer os loucos horários de trabalho das 9H às 20H – porque hoje, era um dia especial, ela fazia oito meses!!
Só que, infelizmente, a nossa sociedade é cruel.

Por um lado são as mulheres que, apesar de serem também mulheres, não dão qualquer apoio a este tipo de iniciativa que eu hoje, uma vez mais, tive!! Parece que nas suas casas não têm famílias? Bom lá terem família têm a única diferença é que existe alguém que faz o trabalho que elas não fazem. Educar! Sim, porque esta árdua tarefa desgasta mais que qualquer dia árduo no gabinete.

Por outro lado são os homens que, muitos deles por serem já pais de adolescentes ou mesmos avós, parecem distanciados temporalmente o suficiente para se terem esquecido que, com qualquer comum mortal, também tiveram deveres, desde levar ou buscar os filhos, a dar banho ou alimentar, isto para referir apenas algumas das tarefas diárias de que tem filhos.
Mas, para mim existe algo mais importante que tudo isso: é que eu quero partilhar a minha vida e os momentos especiais com a minha filha.
Quero sobretudo que ela se lembre que os pais estiveram sempre. Nunca delegaram.
Eu não optei por ter filhos aos trintas para depois outros se me substituírem naquelas que são as minhas funções. E não abdico disso. Quero ser eu a Educar a minha filha
E o que há de errado com isso?

Afinal eu hoje só queria BRINCAR COM A MINHA FILHA!!

Será assim tão complicado as mentes iluminadas perceberem isto?
Afinal o que se passa com a instituição Família...estará em decadência?
Ou será que vou ter de concordar com a S. que a propósito de filhos me dizia: “na escola do Guilherme as famílias ‘anormais’ começam a ser a minha que, como a tua, é constituída por um laço formal, não somos toxicodependentes, nem temos problemas de alcoolismo, ainda vamos tendo casa e emprego. Isto parece hoje constituir a excepção!”

Afinal alimentam-se estes monstros sociais e depois acabamos vítimas deles.

Espero que daqui a um mês venha a escrever um texto substancialmente mais positivo!
Quem sabe?

6 de julho de 2008

As férias e o stress

Adoro a praia e o mar mas sinceramente não percebo porque raio é que as pessoas, ano após ano, fazem sempre a mesma coisa: vão uns dias de férias, supostamente para recuperar energias e forças para o dia-a-dia, mas regressam, na maior parte das vezes, ainda pior.
É verdade que os seres humanos são naturalmente insaciáveis e insatisfeitos: se comemos uma Pizza hoje, amanhã vamos querer um Frango da Guia e depois uma Cataplana na esplanada da marginal e por ai fora.
Deixamos o descanso em paz e começamos por pegar no carro e nas tralhas para ficar na fila que nos leva ao Tal Restaurante onde ficamos à espera primeiro de mesa e depois do jantar. Uma espera interminável. Eu só de os ver fico estoirada!!

Enfim, quando finalmente começamos a jantar já estamos mais mortos que vivos, mas a malta continua a dizer que aquilo é que foram umas férias bestiais!!
Como é que é possível?
Bom, pessoalmente, não tenho paciência nem tempo para a canseira dos eventos estivais ou sociais! Para mim chegaram-me os anos da loucura e furor de adolescente, hoje encaro a vida com outra postura, mais calma, serena mas também mais sábia. Mas não se iludam... todos acabamos por lá chegar, uns mais cedo, outros mais tarde.
A todos aqueles que agora partem, dou uma sugestão: não façam nada, mas mesmo nada, porque a inércia nunca fez mal a ninguém. Além disso precisamos reflectir o que fazemos para não voltarmos a fazer tudo mal.

Boa Viagem e até breve