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11 de julho de 2008

O Estado da Nação

Hoje parecia ser um dia importante: na Assembleia da Republica ia discutir-se o Estado da Nação.

Ora, tanta expectativa fazia crer que, mais do que falar-se dos problemas dos país - que esses, e pelas piores razões, todos vamos sabendo quais são – se iria debater as grandes directrizes a seguir. Mas não.

Havia que centrar as atenções no novo líder parlamentar. E, se a nova líder social-democrata, Manuel Ferreira Leite, tinha já tocado na ferida quando contestou a natureza e importância dos investimentos públicos anunciados pelo Governo para os próximos anos, a verdade é que não se percebe porque razão é que o Governo se sente na obrigação de indemnizar a zona oeste pelo facto da localização do novo aeroporto não ser essa?!

Sócrates insiste na modernização das infra estruturas e nas obras públicas - que obviamente não questiono a importância mas apenas o momento – como seja a construção de barragens, novo aeroporto, TGV e auto-estradas, etc. Agora o que importa perguntar é qual é o preço a pagar pelas gerações vindouras desta modernização?

É verdade que estamos hoje pior, e não é apenas por estarmos diante uma grave crise financeira internacional e a uma alta dos bens alimentares nos mercados internacionais é porque de um modo geral todos perdemos nos últimos três anos: e disso é prova o aumento desmesurado das famílias endividadas.

Perante isto, e porque Portugal é hoje o país com o pior nível de vida da UE, Sócrates sentiu-se na obrigação de dar uma volta ao cenário – ou pelo menos de lhe mudar a roupagem – tendo apresentado um conjunto de medidas para atenuar os efeitos da crise internacional, por sinal, bastante discutível.

Sócrates, orgulhoso e provavelmente, como diz o ditado, também daqui a algum tempo só, defende as medidas adoptadas nos últimos 3 anos pelo seu Governo e, se é verdade que conseguiu atingir o défice mais baixo, a verdade é que os parabéns devem ser dados a todos aqueles que – como eu – foram vítimas da perseguição fiscal e hoje estão mais pobres.

Ora, será mera miopia ou o Rei vai mesmo nu?

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